terça-feira, 20 de março de 2012

St. Jimmy

Há um sol escaldante lá fora. Foda-se, pensa. Com sua velha camisa do sex pistols e um cigarro, começa a escrever, trancado em seu escuro e sombrio quarto. Pensa em tudo, sua eterna depressão, o maldito mundo que o rodeia, as tantas incoerências dos seres humanos... Enfim, pensa tanto que as palavras se esgotam, as frases lhe fogem. Olha pelo pequeno buraco na janela, vê pessoas tristes, pessoas com pressa, pessoas entediantes, vê a natureza grotesca humana, natureza que não suportara, mas que fazia parte. Nem isso lhe inspirava, pois normalmente o grotesco e o depressivo servem de inspiração aos mais nobres poetas. Teria acordado feliz, este maldito placebo chamado felicidade que o impedia de poetizar algo que prestasse... Mas acalme-se jovem poeta, ao contrário da depressão e da natureza fétida humana, essa felicidade passa. Seu nome é Jimmy, obscuro e inquieto como qualquer gênio...

sábado, 3 de março de 2012

Encontro com a velha Liberdade

Andando pela rua
Vi na margem da estrada
Uma senhora pobre e nua
Parecia-me abandonada

Cheguei perto e lhe perguntei:
-Quem és tu velha dama
Que aqui se encontra nesta lama?
-Caro moço - respondeu-me - Já não sei...

...Não mais me chamo como antes
Fui a bela liberdade
Há muito triunfante
Desiludida, já não sou verdade

Homens maus me dominaram
Os líderes de teu povo
Por direitos me trocaram
Se te conto esta história de novo
É pelo sangue daqueles que me amaram

O capital se tornou seu dono
Triste foi este dia
Só espero acordar deste sono
E viver novamente a justa anarquia...