terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Debaixo do meu sorriso

Debaixo do meu sorriso se esconde uma tristeza
Você a brotou aqui e foi embora
Escondeu nossos problemas debaixo da mesa
Simplesmente desistiu e caiu fora

Não, não sei o que aconteceu
Busco explicação, porque o amor morreu
Em mim não morreu, continuará vivo
Mas você faz tudo isso parecer sem sentido

Foda-se, eu penso, imaginando uma cena
Eu e você de novo juntos, abraçados novamente
Hoje eu te vi, valeu a pena
Mesmo ignorado, meus pensamentos não mentem
Por onde passo, planto minha semente
Jamais ignorando o que se sente...

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Amor, maldito amor

Olha pro lado, acende um cigarro
Tenta disfarçar
Se engana, esconde a tristeza
Que esta clara em seu olhar

Não compreende, não consegue
Tao racional que sempre foi
Sera que o amor que o persegue?
Ja não sabe, se entristece

Afoga suas magoas em meio a fumaça
O vicio que o acompanha, a mente trabalha
Não sabe mais do futuro, maldita vida chata
Só queria estar ao lado dela e mais nada
O amor mata.

O pobre confidente

Ele estava lá, parado, com aquela rosa na mão
Ela já não se sabe, não a tinha visto
Olha o relógio, olha para o chão
Fica sem esperanças, deprimido

Só queria que ela fosse sua
Era romântico, escutava, compreendia
Isso nao era o bastante para ela, quem diria
Já era meia noite, quando de sua casa ela saia

Ele a via com perfeição
Nunca a havia conquistado
Acostumado com esse tipo de rejeição
Sofria, triste, calado

Na rua ela via um amigo, talvez um confidente
Com aquela rosa na mão, ele a olhava, carente
Entra em um carro de mais um daqueles indescentes
Como de esperado, depois que este a fazer sofrer novamente
Ela voltará aos prantos para o seu confidente
Pobre confidente.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

O placebo

O frio consome os andarilhos numa triste madrugada de domingo. Olhando calmamente pela pequena porcão visível de uma janela embaçada estava um casal. Há quem diga se tratar de um casal diferente, ambos haviam trazido cicatrizes profundas de uma vida nem sempre tão generosa, mas só até este momento. Momento único este em que duas pessoas olham o pequeno pedaço da janela onde veem pessoas seguindo o curso natural da desgraça de suas vidas. Um senhor volta do bar depois de quase cinco horas, lembra que já não resiste tanto a bebida como quando era mais jovem e lembra-se da sua obrigação de cuidar de sua mulher doente. Um homem jogado na rua passa frio enquanto tenta acender seu cachimbo e adiantar cada vez mais o fim de sua vida, já havia sido uma pessoa com inspirações, sonhos e desejos, já se perguntou porque insiste em jogar sua vida no lixo, mas também se perguntou se algo de melhor o esperava, afinal, infelizmente não vivemos de sonhos. Passa uma garota de programa acendendo um cigarro logo após mais um cliente da noite, mas cuidado, tem de se apressar, seu pai acordaria em pouco tempo para o trabalho, e durante o sono de seu genitor, a garota esperava ganhar dinheiro e sair de sua vida medíocre. Mal sabe ela que a vida é feita de mediocridade e o dinheiro servia apenas de placebo para sua dor, a dor de ter de entregar seu corpo para conseguir mais que o básico da sobrevivência humana, a dor de lembrar dia após dia a imagem de sua mãe baleada em frente a sua casa por dever drogas. E o casal observava tudo atentamente, naquele momento as trajetórias que passavam a sua frente pouco importavam, todo o sofrimento alheio poderiam ser seus, mas simplesmente não o são, então se deitam, se amam, vivem a hipocrisia da vida e experimentam o seu maior placebo, o amor...